Shunt Portossistêmico

O shunt portossistêmico em cães e gatos é um desvio vascular que impede a filtragem de toxinas pelo fígado, causando sintomas como tremores, anorexia e problemas neurológicos. Este guia aborda sintomas, diagnóstico com exames laboratoriais e de imagem, e opções de tratamento clínico e cirúrgico para melhorar a qualidade de vida dos animais afetados.

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Shunt Portossistêmico

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Blog: Shunt Portossistêmico em Animais de Estimação – Diagnóstico, Tratamento e Cuidados

O shunt portossistêmico é uma condição complexa que afeta o sistema circulatório hepático, principalmente em cães e, com menor frequência, em gatos. Esse desvio anômalo impede que o sangue proveniente do trato gastrointestinal passe pelo fígado, o que evita a metabolização de toxinas e causa uma série de complicações. Aqui, explicamos os sintomas, diagnóstico e tratamento dessa doença em pequenos animais.

O Que é Shunt Portossistêmico?

O shunt portossistêmico é uma malformação em que o sangue desvia do fígado e entra diretamente na circulação sistêmica sem passar pelo sistema porta, onde normalmente seria desintoxicado. Isso leva à acumulação de toxinas no corpo, podendo resultar em sintomas variados como tremores, convulsões, anorexia e sinais gastrointestinais. Raças pequenas, como Yorkshire Terrier e Maltês, são mais predispostas a essa condição​.

Sintomas Comuns do Shunt Portossistêmico

Os sinais clínicos do shunt variam, mas comumente incluem:

  • Problemas neurológicos: desorientação, tremores, convulsões, nistagmo e em casos graves, coma.
  • Sintomas gastrointestinais: diarreia, vômitos, anorexia e perda de peso.
  • Alterações físicas: pelagem opaca, crescimento retardado e prostração.

Gatos podem apresentar sintomas mais sutis, como salivação excessiva e letargia, o que torna o diagnóstico mais desafiador​.

Como é Feito o Diagnóstico?

O diagnóstico envolve uma combinação de exames laboratoriais e de imagem:

  • Exames laboratoriais: níveis elevados de amônia e ácidos biliares são comuns, enquanto a albumina e a glicose podem estar reduzidas.
  • Exames de imagem: ultrassonografia com doppler, cintilografia e tomografia são ferramentas importantes para detectar desvios vasculares e planejamento cirúrgico​.

Tratamento do Shunt Portossistêmico

O tratamento do shunt pode ser clínico ou cirúrgico, dependendo da gravidade e da condição do paciente:

  1. Tratamento Clínico: Envolve controle da dieta (proteínas de menor potencial toxigênico), uso de antibióticos para reduzir a produção de amônia, e administração de lactulose para favorecer a eliminação de toxinas intestinais.

  2. Tratamento Cirúrgico: Nos casos indicados, a cirurgia é realizada para ocluir o desvio vascular, frequentemente utilizando o anel ameróide. Esse procedimento requer um profissional experiente, dado o risco de complicações como tromboembolismo e hipoglicemia​.

Prognóstico e Cuidados Pós-Operatórios

O prognóstico depende do tipo e gravidade do shunt. Casos diagnosticados precocemente e tratados adequadamente podem ter uma boa sobrevida. No entanto, animais com múltiplos desvios ou com a doença em estágio avançado têm um prognóstico mais reservado.

Dicas para tutores: Após a cirurgia, o acompanhamento frequente é essencial para monitorar possíveis complicações e adaptar a dieta e medicações conforme necessário para apoiar a recuperação do pet.

Perguntas Frequentes

1. É possível prevenir o shunt portossistêmico?

Não há prevenção direta, mas evitar a reprodução de animais diagnosticados com shunt congênito pode ajudar a reduzir a incidência em raças predispostas.

2. Qual é a chance de sucesso da cirurgia?

O sucesso depende do diagnóstico precoce e da presença de desvios múltiplos ou intra-hepáticos, que podem complicar o tratamento.

Conclusão

O shunt portossistêmico é uma condição grave, mas com diagnóstico precoce e tratamento adequado, muitos pets conseguem viver com qualidade. A colaboração entre o tutor e uma equipe veterinária especializada é essencial para garantir o melhor manejo e acompanhamento possível.