Blog: Adrenalectomia em Animais – Quando e Como Tratar Hiperadrenocorticismo em Cães e Gatos

A adrenalectomia é um procedimento cirúrgico vital para tratar neoplasias adrenais e casos graves de hiperadrenocorticismo (HAC), uma condição endócrina comum em cães e gatos. Saiba mais sobre essa cirurgia, quando ela é indicada e quais são os cuidados necessários antes e depois do procedimento.

O que é a Síndrome de Cushing e o Hiperadrenocorticismo?

A Síndrome de Cushing, também conhecida como hiperadrenocorticismo (HAC), é uma condição onde há produção excessiva de cortisol ou outros corticoides devido a uma desregulação nas glândulas adrenais. Esse desequilíbrio pode ser causado por tumores ou anomalias na hipófise e nas adrenais. Em animais, os tumores no córtex adrenal são os principais causadores de HAC e, em casos mais graves, podem necessitar de intervenção cirúrgica.

Diagnóstico do Hiperadrenocorticismo

Para diagnosticar o HAC, o veterinário utiliza uma combinação de exames clínicos e laboratoriais. Os principais exames incluem o teste de supressão com dexametasona, o teste de estimulação com ACTH e análises de cortisol na urina. Exames de imagem, como ultrassonografia e tomografia, são recomendados para identificar tumores nas adrenais e avaliar possíveis metástases. Estes exames ajudam a diferenciar os tumores funcionais, que produzem hormônios, dos não funcionais​​.

Adrenalectomia: Quando Ela é Indicada?

A adrenalectomia é o tratamento preferencial para neoplasias funcionais das adrenais, especialmente para tumores produtores de cortisol, feocromocitomas e aldosteronomas. Em cães e gatos, esses tumores podem ser malignos ou benignos, e o procedimento cirúrgico visa reduzir os riscos e melhorar a qualidade de vida do animal. Casos com tumores maiores que 5 cm, invasão renal ou metástases, são considerados de alto risco, e o tratamento clínico pode ser uma opção alternativa.

Preparação para a Adrenalectomia

A cirurgia exige preparo rigoroso para reduzir os riscos durante o procedimento. Exames pré-cirúrgicos, incluindo ultrassonografia e tomografia abdominal, ajudam a avaliar a invasão tumoral e a presença de trombos em grandes vasos. A preparação inclui também o controle do HAC com medicamentos como trilostano durante cerca de 30 dias antes da cirurgia para estabilizar os níveis de cortisol.

Cuidados no Pós-Operatório

Após a adrenalectomia, o animal pode precisar de reposição de glicocorticoides (GCs) para evitar a hipocortisolemia, um estado de baixa produção de cortisol. Esse monitoramento é essencial, e complicações como tromboembolismo e hipertensão devem ser observadas de perto, especialmente em casos de feocromocitomas.

Outros cuidados incluem:

• Controle de GCs: Com o uso de medicamentos como dexametasona e prednisona, ajustados conforme a resposta do animal.
• Acompanhamento de eletrólitos: Exames frequentes de sódio e potássio ajudam a monitorar o equilíbrio eletrolítico, prevenindo sintomas de hipocortisolemia ou hipoaldosteronismo.
• Exames de controle: O teste de estimulação com ACTH pode ser realizado após a cirurgia para avaliar a necessidade contínua de reposição hormonal​​.

Perguntas Frequentes

1. Quais são os riscos da adrenalectomia em animais?

Os principais riscos incluem tromboembolismo, pancreatite, insuficiência renal aguda e arritmias cardíacas. A avaliação completa do animal e uma equipe especializada são fundamentais para minimizar esses riscos.

2. Adrenalectomia é indicada para todos os cães com HAC?

Não. Apenas casos graves de HAC com tumores funcionais nas adrenais são considerados para adrenalectomia. Em situações mais leves, o tratamento clínico pode ser suficiente.

Considerações Finais

A adrenalectomia é uma cirurgia complexa, mas pode trazer benefícios significativos para animais com neoplasias adrenais funcionais. O suporte de uma equipe veterinária especializada é essencial tanto para o sucesso da cirurgia quanto para o manejo pós-operatório. Se você suspeita que seu animal possa ter HAC, consulte um veterinário especializado para orientações detalhadas.